A Força-Tarefa Popular (FTP), em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Piauí (PPGS/UFPI), realizou na tarde de quarta-feira (8) o lançamento do Índice de Transparência e Governança Pública – ITGP 2025.
A solenidade, que contou com grande presença de público, aconteceu na Sala de Vídeo nº 1 do Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL/UFPI). O ITGP compara mecanismos concretos de transparência e participação social de dez municípios da região Norte do Piauí.
A FTP, com apoio técnico da Transparência Internacional – Brasil, é responsável pela realização do índice. O evento contou com a presença de Luís Emílio Xavier, secretário do TCU no Estado do Piauí; Hélio Silva Benvindo, superintendente da Controladoria Regional da União no Piauí; Prof. Dr. Francisco Mesquita (UFPI); Teresa Cristina Coelho, pesquisadora e integrante da FTP; além de José Arimateia Dantas e Maísa Vanderlei, respectivamente coordenador e secretária executiva da FTP — esta última responsável pela apresentação do índice.
“O ITGP deste ano traz um diagnóstico não tão bom quanto esperávamos. Essa constatação nos convoca, enquanto cidadãos, a reforçar nossa determinação em controlar e fiscalizar a gestão pública. Portanto, a responsabilidade que o ITGP traz hoje é nossa, principalmente se queremos ter um futuro melhor”, afirmou o coordenador da FTP, Arimateia Dantas, durante a apresentação.
O professor Francisco Mesquita, da UFPI, destacou a importância da parceria entre a universidade e a FTP, integrando estudantes das áreas de ciências humanas e sociais.
“O evento foi feito em parceria com o mestrado em Sociologia e é um pontapé inicial para futuras articulações. A universidade está aberta a esses processos, e acredito que podemos dialogar mais com a sociedade e com instituições como a Transparência Internacional”, afirmou.
O secretário do TCU, Luís Emílio Xavier, ressaltou a relevância do trabalho da TI e do ITGP, destacando a importância da aproximação do Tribunal com a população:
“O TCU está atento a decretos, regulamentações e, principalmente, à abertura para que o cidadão participe da fiscalização e da aplicação dos recursos públicos”, observou.
Já Hélio Silva Benvindo, superintendente da Controladoria Regional da União no Piauí, frisou a importância do diálogo com os estudantes:
“Sou filho desta universidade, que foi essencial na minha trajetória. É muito bom estar com os alunos debatendo um tema tão relevante. Queremos firmar parcerias para combater a corrupção, mas também atuar na prevenção, para evitar que ela aconteça.”
O acadêmico de Ciências Sociais da UFPI, João Antônio, também destacou a relevância do índice:
“Achei importante esse diálogo com os alunos de Ciências Sociais, nossos futuros pesquisadores, que darão continuidade aos estudos sobre controle social democrático. O trabalho da Força-Tarefa é essencial nesse contato com a nova geração”, pontuou.
O resultado do ITGP, divulgado pela FTP, confirma que a maioria das prefeituras da região Norte do Piauí ainda falha em garantir transparência sobre a aplicação dos recursos públicos.
O estudo avaliou dez municípios piauienses e revelou que nove deles não divulgam dados mínimos sobre emendas parlamentares e obras públicas — áreas que concentram os maiores volumes de recursos e riscos de corrupção.
A nota média foi de 34 pontos na escala de 0 a 100, classificada como ruim.
Os melhores desempenhos foram de Miguel Alves (53,8 pontos), Teresina (45,3) e União (44,1). Na outra ponta, Matias Olímpio (16,2) registrou o pior resultado, no nível “péssimo”.
A avaliação foi realizada pela FTP, com metodologia desenvolvida pela Transparência Internacional – Brasil, que analisa mais de 70 critérios divididos em seis dimensões: Legal, Plataformas, Administração e Governança, Obras Públicas, Transparência Financeira e Orçamentária e Comunicação, Engajamento e Participação.
Ao final, cada município recebe uma nota de 0 a 100 e é classificado conforme o nível de transparência: “ótimo”, “bom”, “regular”, “ruim” ou “péssimo”.
A edição 2025 traz uma novidade importante: além do ranking geral de transparência e governança pública, foi elaborado também um ranking específico sobre adaptação climática e saúde.
Esse novo eixo analisa se os municípios possuem planos, recursos e informações voltadas à prevenção e gestão de riscos relacionados às mudanças climáticas, bem como dados sobre políticas públicas de saúde.
Os resultados completos estão disponíveis em:
https://transparenciainternacional.org.br/itgp/regiao/piaui
ASCOM FTP/Vanderson de Paulo